No começo da década de 1990, o Greenpeace refletia sobre a necessidade de ampliar sua atuação em regiões de grande população e desafios ambientais. No Brasil, a primeira ação do Greenpeace foi diante da Usina Nuclear Angra 1 (RJ), em 26 de abril de 1992. Quando o Brasil entrou para o mapa de países vítimas de ações internacionais predatórias, mal existiam ambientalistas no país. Com a realização da Eco-92 no Rio, quando mais de 180 países reconheceram os danos que causavam ao ambiente, o Greenpeace recebeu o empurrão que precisava para levantar o debate ambiental.
Foi durante o encontro, no dia 26 de abril, aniversário da explosão da usina nuclear de Chernobyl, que a tripulação do navio do Greenpeace Rainbow Warrior rumou para Angra dos Reis. Lá, 800 cruzes foram afixadas no pátio da usina nuclear, simbolizando o número de mortes ocorridas no trágico acidente na Ucrânia. O evento marcou oficialmente a inauguração do Greenpeace no Brasil.
Desde o início, a organização se comprometeu em levar a realidade e os desafios ambientais para a agenda política nacional e internacional. Com a preocupação de montar uma equipe brasileira, a organização se deparou com o desafio de não haver profissionais especializados no país. A primeira geração de funcionários foi formada por ativistas do movimento político e social, o que se mostrou ideal, uma vez que, em um país em desenvolvimento como o Brasil, os desafios ambientais estão intrinsecamente vinculados aos sociais.
Em 1993 o governo brasileiro proibiu a importação de qualquer tipo de resíduo tóxico. Em março de 1994, a Convenção da Basiléia dava o histórico passo de proibir a exportação de resíduos perigosos provenientes dos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para os não pertencentes. Foi a primeira conquista do Greenpeace em âmbito internacional e a primeira do Greenpeace Brasil.
Em 1992, começava a investigação sobre exploração ilegal e predatória de madeira na Amazônia. A situação da região era ainda mais caótica do que hoje: não havia registro dos setores que impulsionavam o desmatamento, a fiscalização dos órgãos públicos era quase nula e a exploração comercial rolava solta.
Com o início da campanha de Transgênicos, o Greenpeace fortalece no debate das políticas públicas o princípio da precaução, ou a responsabilidade dos governos de cobrarem provas de que novas tecnologias, como a de organismos geneticamente modificados, não causam danos à saúde humana e ao ambiente antes de aprovarem seu uso em larga escala.
Luan Ferla
Fernando Pires
Fotografia Ambiental
Ulbra 2012/2
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